A entorse do tornozelo é provavelmente a lesão mais comum no universo da patologia musculoesquelética. E que se não tratada corretamente, além das dores, pode trazer prejuízos na amplitude dos movimentos e na funcionalidade dessa articulação.
O complexo articular do pé e do tornozelo é um arranjo musculoesquelético sofisticado, desenhado para facilitar várias funções com e sem sustentação do peso.
De acordo com Schenck (2003), citado por Tomerak (2005), os entorses laterais de tornozelo são mais frequentes e comuns, e 85% destas, são entorses de inversão dos ligamentos laterais. As entorses de eversão dos ligamentos deltóide e medial constituem cerca de 5% das entorses do tornozelo, e as lesões nas sindesmoses respondem pelos 10% restantes.
Os ligamentos são constituídos de tecidos conjuntivos fibrosos esbranquiçados (devido a presença de colágeno), os quais possuem a função de unir dois ou mais ossos estabilizando e protegendo as articulações do corpo. Isso acontece para evitar o deslocamento dos ossos, agindo como amortecedores.
A classificação de entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada e divide a lesão em três tipos:
Grau 1 – De pouca gravidade, acontece estiramento ligamentar. Promove uma mínima incapacidade funcional. Pode haver alguma dor, e/ou inchaço.
Grau 2 – De moderada gravidade, acontece uma ruptura parcial dos ligamentos causando a instabilidade articular. Acompanha dor, edema e rigidez articular. Normalmente há dificuldade da marcha com o apoio no calcanhar e dedos.
Grau 3 – De severa gravidade, acontece uma ruptura total do ligamento e grande instabilidade articular. Incapacidade funcional, com perda de ADM (amplitude de movimento) e perda completa de sustentar o peso. Outras características desse grau é a hipersensibilidade na palpação e dor evidente.
O tratamento de uma entorse numa fase inicial (até 48h a 72h após a lesão), e desde que não haja luxação e fratura associada, consiste em controlar os sinais inflamatórios através de:
Repouso: evitar caminhar e ficar muito tempo em pé.
Gelo: o gelo tem efeito de diminuir a dor, inchaço, permitindo a mobilização precoce da articulação, evitando assim o agravamento do edema.
Elevação do membro afetado: colocar vários travesseiros no pé para que a perna fique um pouco acima do nível do seu coração. Essa posição ajudará a reduzir o inchaço.
Para ter retorno as AVD’s (atividades de vida diária) ou as atividades físicas, é preciso um bom fortalecimento muscular, bem como equilíbrio, sendo que o ligamento afetado precisa de estímulos para ter uma ótima estabilização articular.
O tratamento fisioterápico e o Método Pilates são eficazes para entorse de tornozelo. Sendo que o Pilates entra na fase avançada da reabilitação.
Após o término da fase aguda, o Método Pilates se apresenta como um grande aliado na recuperação da lesão prevenindo a recidiva de entorse.
O Pilates com sua dinâmica e vasta gama de exercícios atua nas entorses da seguinte forma:
Na manutenção da amplitude do movimento,
No fortalecimento da musculatura estabilizadora do tornozelo,
Ganho de propriocepção,
Equilíbrio,
Estabilização do quadril,
Melhora da marcha.
Inicialmente, nas lesões por entorse de tornozelo, alivia-se a dor. Usando recursos fisioterápicos para analgesia. Uma vez controlada a dor, trabalha-se com movimentação ativa e evoluindo para exercícios com carga.
Concluindo...
O Pilates é um método que proporciona resultados significativos, sendo excelente para ganho de consciência corporal e estabilização das articulações, atuando na prevenção e tratamento de entorses, bem como outras lesões ortopédicas.
Até a próxima!
Autora:
Dra. Francieli Mortari da Silveira
CREFITO 250448-F
Fisioterapeuta, pós graduanda em Terapias Manuais e Instrutora de Pilates no Zentrum Pilates e Bem-estar, Brusque/SC.
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