O joelho é a maior articulação do corpo humano, composto pelos ossos: fêmur, tíbia, fíbula e patela, acoplados por estruturas de suporte e estabilização que são: ligamentos, cápsula articular, meniscos e músculos. A articulação patelofemoral é formada pelas facetas posteriores da patela e pela superfície anterior do fêmur.
Existem duas importantes funções biomecânicas que a patela desempenha na articulação do joelho:
Auxilia na extensão do joelho, fazendo com que o tendão do quadríceps se desloque anteriormente.
Distribui forças de estresse que atuam no fêmur, com o aumento da área de contato entre o tendão patelar e o fêmur.
Condromalácia Patelar ou Condropatia Patelar refere-se à perda de cartilagem envolvendo uma ou mais porções da patela. Sua incidência na população é muito alta, aumentando conforme a faixa etária, sendo mais comum em pacientes do sexo feminino e com excesso de peso (FREIRE, 2006).
Clinicamente, durante a movimentação do joelho nota-se a presença de crepitações articulares, em geral associadas à dor, localizada profundamente de forma difusa na região anterior do joelho.
A condromalácia é classificada quanto ao grau como:
Grau 0 – Cartilagem normal; Grau I – Área de hiposinal cartilaginoso; Grau II – Grau I e alterações do contorno; Grau III – Aspecto serrilhado com áreas de redução do sinal e grandes irregularidades do contorno; Grau IV – Úlceras cartilaginosas e alterações do osso subcondral.
A reabilitação do joelho mudou profundamente nos últimos dez anos. A maior mudança constituiu em permitir o movimento controlado e o fortalecimento seletivo em uma fase mais anterior do processo de reabilitação, o que acaba resultando em um retorno mais rápido às atividades atléticas (ANDREWS ET AL 2000).
No Pilates temos como controlar o movimento, seja na velocidade e até mesmo nos ângulos a serem trabalhados, sendo uma técnica que oferece exercícios específicos que ajudam a tratar o quadro da condromalácia.
A avaliação da força e da flexibilidade dos grupos musculares do aluno é de extrema importância para que se dê início à prescrição do programa de exercícios. O Método Pilates age de forma surpreendente no alinhamento patelar, mostrando-se eficiente no ganho de flexibilidade da musculatura isquiotibial, reduzindo assim, o atrito entre patela e fêmur e também, em ganho de força muscular do músculo quadríceps femoral.
Já que um dos objetivos principais do Método são o fortalecimento e estabilização dos músculos centrais do corpo, aliada às técnicas que potencializam a respiração e seus benefícios, o objetivo do aluno através do equilíbrio muscular será atingido.
No caso da condromalácia patelar são inclusos exercícios de:
Força,
Alongamento,
Mobilização do membro inferior, sempre com o cuidado de evitar sobrecarga na articulação em questão.
É de extrema importância que o fisioterapeuta avalie criteriosamente o quadro da patologia, para que o tratamento com o Pilates seja efetivo, proporcionando qualidade de vida e funcionalidade ao aluno.
Qualquer dúvida estou a disposição. Até a próxima!
Autora:
Dra. Francieli Mortari da Silveira
CREFITO 250448-F
Fisioterapeuta, pós graduanda em Terapias Manuais e Instrutora de Pilates no Zentrum Pilates e Bem-estar, Brusque/SC.
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